sexta-feira, 19 de agosto de 2011

VINDA TRIUNFAL DE DÉBORA

Débora Odília



Como um punhal afiado, mas venha.
Como uma noite fria, mas venha.
Como um crime cruel, mas venha.
Como uma fera radical, mas venha.
Como um terremoto fatal, mas venha.
Como uma insana tempestade, mas venha.
Como um vírus devastador, mas venha.
Como uma bomba nuclear, mas venha.
Como um ditador sanguinário, mas venha.
Como uma tsunami, mas venha.
Mas se não puderes vir
Eu irei ao teu abismo
Descerei ao teu porão
Mergulharei no teu cerne
E morrerei nos teus braços.
Mas prefiro que venha.
Dê-me logo seu veneno Odílico
E esconda o antídoto.
Não preciso viver, mas preciso que venha
Mesmo que me mate
Mesmo que só maltrate-me...
Mas venha, não só por vir
Mas para purificar-me
Para centrifugar meu ser
E cremar meu corpo
Sem ter que transfundir teu sangue.
Não me poupe, não preciso de vida
Mas preciso que venha.
Agora. Urgente. VENHA.

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