sexta-feira, 21 de outubro de 2011

TERRA ÚMIDA

Choveu bastante. O calor foi abrandado e domado pela água cristalina.
A terra úmida do sertão parece agora uma fêmea no cio, exala cheiro e atrai.
Percebi tudo ao acordar. Revi as velhas goteiras da casa antiga
Na parede escorreu da bica velha água em leve tom barrento
Umas casas serão pintadas para as festas de final de ano
E as bicas juntamente com um retelhamento da casa terão a atenção do seu dono  
Em outras casas esse trilho de chuva e de terra deve permanecer por longo tempo
São as marcas indeléveis que povoam e caracterizam o sertão seco
Hoje a dona da casa terá mais trabalho
Há umidade por todo piso do lar e o almoço vai tardar
Mas tudo tem seu brilho especial
Todos os sertanejos amanheceram mais felizes
Aos românticos da aridez do sertão implica o poetisar
Há espaços agora para versos mais encharcados de ternura
Tem de sobra um ar mais ameno para inspirar
Mas a nota triste do amanhecer também se fez valer
O poeta amanheceu sozinho após a chuva
Não foi possivel fazer amor ao alvorecer
E o frio bom da manhã roubou a cena
Quando deveria ser bastidor auxiliando o quarto dos amantes.

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